segunda-feira, 19 de abril de 2010

Verbos no Infinito

Um sonetinho para a menina dos meus olhos...

***

Verbos no Infinito

Meu amor, obrigado
Por esse tempo todo ter me dado
Cada vez mais de sua ternura,
Mais do que poderia emanar de uma só figura.

A você darei, sempre, meu amor - e minha gana,
Posto que se este é chama
Nossos corpos se perfarão em lenha
E queimarão, ainda vívidos, para que o amor se mantenha.

Para mim só agora alguns verbos fazem sentido
Quando subitamente chegam aos meus ouvidos
E de fato a eles posso reconhecer:

Sentir, amar, poder, viver.
Que sumam os conflitos
E que se espalhem e ecoem no espaço os verbos no infinito.

Alguma poesia (1)

Coisas lá dos idos de 2006 e 2007, surpreendentemente boas, na minha opinião. Vou pingando aqui de vez em quando.

Do que não está na memória

Eu profetizo o passado
Reescrevo a história
Lembro do que não está na memória
Recebo o que nunca foi dado.

É isso mesmo... Exato!
A invenção é minha glória
Minha vida é uma paródia
E eu acabo pagando o pato.

Eu sou uma novidade antiga,
Uma manchete amarelada.
Sou uma obra de fachada

Não me limito a ser uma página virada
Eu que sei quando o capítulo deve terminar
E ai de quem me disser que a história tem que acabar!

***

Rei do Imponderável
Sou o senhor do imprevisto,
A divina comédia.
Eu sou a enciclopédia,
Sou isto e sou aquilo.

Sou o interminável
Sujeito da minha oração...
Sou um monarca glutão
Sou rei, sou rei do imponderável!

Sou o líder dos bons
E o temor dos maus
Autor da lei do caos
Cantor de todos os tons.

Sou fingidor, mas não sou poeta
Decreto leis, ouviu? Eu decreto!
Comigo não tem conversa, eu berro!
Eu sou rei, não sou profeta.