terça-feira, 28 de julho de 2009

Supermercado

(Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2007)

Hoje eu acordei mais cedo do que de costume. Saí e fui ao supermercado, o lugar onde se adquire ilusões a varejo. Precisava fazer compras...

Comprei minhas conversas em lata, meus sonhos em conserva e meu sorrisos instantâneos: três minutos na água quente, sabores amarelo, forçado ou sem graça. Renovei meus estoques de educação a metro, de boas maneiras. Tomei um purgante para poder engolir sapos de maneira mais eficiente.

Na sessão de produtos de limpeza arrumei mais caras de paisagem por um bom preço. Elas são úteis, tem mil e uma utilidades. Olho para a placa acima de meu nariz. “Cama, Mesa e Banho”, ela diz.

Esta é a mais interessante! Por incrível que pareça, achei uma colcha de retalhos com todas as impressões pré-fabricadas que eu necessito para viver em sociedade. Estava estafado depois de uma manhã inteira fazendo compras. Naquele mercado se vendia tudo... Mas houve uma coisa que eu não consegui achar.

Dirigi-me ao funcionário mais próximo e perguntei: “Onde eu encontro esperança?”. Resposta? Silêncio.

Um comentário:

  1. Esperança? É na doceria, nem que seja num Amor em pedaços.rs

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